sexta-feira, 5 de junho de 2009

Rótulo

Tenho passeado pelos meus pensamentos e encontrei uma caixinha aonde guardava um sentimento que eu preferia que ficasse trancado a sete chaves. O nome dele é Sr. Medo de que as pessoas não gostem de mim. Me surpreendi quando a abri e percebi que não precisava mais trancá-la porque "ele" já não me amedrontava mais...
Um sentimento de liberdade transbordou no meu ser e mais uma vez me dei conta de que os 30 realmente me trouxe uma certa maturidade que fez com que não me preocupe com o que as pessoas pensem a meu respeito. Já não tenho que provar nada pra ninguém. Parece um clichê essa frase, mas ela é real.

Sou do tipo personalidade forte, touro com ascendente em touro. Teimosa.
Fisicamente, posso dizer que sou do tipo grande, não tenho nada mignon, sabe? (A não ser os peitos, justo eles...)
Não sou do tipo que fica em cima do muro, não gosto de nada mais ou menos, pra mim é, ou não é.
Gosto de me vestir bem, me arrumar, estou sempre perfumada, uso acessórios e óculos escuros, mesmo que esteja nublado.
Faço as coisas com paixão, dou o melhor de mim.

E sei que muitas vezes recebo o rótulo de "metida". É, porque infelizmente os humanos são assim, tendem a rotular tudo. E geralmente a conclusão para o rótulo é apressada, sem uma observação de fato, sem prestar atenção ao "produto" a ser rotulado, para poder saber do que realmente se trata.
E então se já não bastasse pessoas tratarem outras pessoas como produtos, elas ainda as dividem em prateleiras de consumíveis e não consumíveis. Ou seja, quando o rótulo é negativo elas estão se fechando a conhecer o novo. Uma nova música, poesia, paisagem, aventura... se fecham a uma viagem. Ou não, podem realmente não estar perdendo nada. Mas pode ser que sim, pode ser que escutar efetivamente alguém, seja como ouvir uma música que esquenta o coração, conhecer melhor uma pessoa pode ser como poesia que estremece a alma, uma boa conversa aonde se descobrem afinidades pode ser como viver uma aventura ou viajar pra algum lugar muito interessante.

Mas essa sensibilidade cabe a cada um.

Dei adeus ao Sr. Medo de que as pessoas não gostem de mim porque não precisava mais dele. Me olhei no espelho e enxerguei além das minhas limitações, uma mulher que está sempre pronta a receber as pessoas com um sorriso largo, que é gentil e amorosa, dedicada a seu trabalho, cuidadosa com seus filhos, fiel a seus amigos, amante do seu marido, educada e generoza. Livre de pré-conceitos. Uma mulher que anseia por aprender e evoluir. Uma mulher que tem sonhos e se despe de rótulos.

Um comentário:

G disse...
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