sexta-feira, 22 de maio de 2009

Memórias da mamãe: Felipão - Enquencado


Há uns dois meses atrás, chego em casa depois de um dia cansativo de trabalho e sou recebida já no portão pelo Frederico eufórico que gritava:

- Mãe! (Olhos arregalados) Você não sabe o que o Felipe fez! (Cara de espanto)

Eu já iamginando a tragédia, questionei o que havia acontecido.
Ele corre pra dentro de casa e volta com um tufo de cabelo nas mãos, aliás, um "tufão". Cachinhos mais precisamente.

Nesse momento o Felipe já estava na minha frente com uma carinha, assim, digamos, de malandro... Olho pra Maria Fernanda, e vejo que um lado do seu cabelo estava mais curto do que o outro. Muito mais curto.

Mamãe histérica começa:

_ Meu Deus!!! Felipe!!! Mas o que você fez, meu filho??? Você cortou o cabelo da Maria? Mas filho... como... como você corta o cabelo da sua irmã, filho? Eu não acredito... Meu Deus...

E ele mais do que depressa, numa tranquilidade que só os malandros sabem manter diante de uma mãe histérica, respondeu calmamente:

- Mãe, eu cortei pra ela ficar linda igual a você.

- Lin-da Felipe? (Mantive o carão firme, tom de voz alto- eu sei, horrível- embora me soasse engraçado a malandragem dele)

- É mãe, olha só, (aponta pra Maria) ela ficou linda, né?

- Felipe, você não pode fazer isso filho! (Confesso. Minha voz continuava alterada - lê-se: gritando) Você não pode cortar o cabelo da sua irmã! Olha filho, você tirou os cachinhos do cabelo dela...

- Mas mãe... (Cabecinha cabisbaixa, olhinhos desapontados tentando fazer cara do gato de botas do Shrek)

- Felipe, não pode filho, não pode cortar o cabelo da sua irmã! (Mamãe histérica começa a repetir as frases incansavelmente - Uff!)

- Então mãe... (Lágrimas já rolavam no seu rostinho. Meu filho pode ser ator, pode se transformar numa "celebridade global" tranquilamente. Ele tem uma habilidade para chorar im-pres-sio-nan-te)

Breve silêncio.

- Então quer dizer que eu estou enquencado?

Pronto. Conseguiu. Ou quase. Me diz, que mãe não se desmancha com uma frese dessas? Depois de um esforço tremendo, (morri de vontade de rir, abraçá-lo, apertá-lo, mas não o fiz), expliquei que ele não podia fazer isso, (de novo), que tesoura é perigoso, que cabelo se corta no cabeleireiro, etc...


Ps: Igualei o corte no outro lado do cabelo da Maria, né?

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